Diz-se que Meknes é uma das cidades de Marrocos que menos visitas recebe, mas por isso não deixa de ser importante. Pois faz parte do grupo de cidades imperiais, junto a Marraquexe, Rabat e Fez.
Meknes, preserva bem a sua autenticidade e história, e ao não estar cheia de turistas, torna-se especial. Na minha opinião, de todas as que visitámos esta é a mais rural. Nota-se uma grande diferença em relação a outras cidades que visitamos, talvez por manter a sua essência durante tantos anos. Também, posso-vos dizer que é uma das cidades mais tranquilas de todo o país, e na verdade, nota-se uma grande diferença na hora de passear.
Ao conservar tão bem o seu estado natural, leva-te a outra época. E um dos exemplos que te dou, é a sua enorme muralha de 40 km, que rodeia toda a cidade, e aos dias de hoje, continua bem conservada.
Apesar de ser uma construção antiga, vale a pena visitá-la, e assim, também podes aproveitar para descobrir todas as portas que estão à sua volta. Na minha opinião, são um exemplo de arquitectura marroquina impressionante. E, sem dúvida alguma, que Meknes é uma das cidades que deves incluir na tua guia de viagem a Marrocos.
Porta
Um pouco de história
A história de Meknes está directamente ligada ao sultão Mulay Ismael, pois foi quem levantou e fez crescer a cidade. Mulay Ismael, fez de Meknes a capital de Marrocos no século XVII.
Apesar de todos os seus feitos, diz-se que o sultão Mulay Ismael era uma pessoa fria e sem sentimentos, pois estima-se que nos 20 anos do seu regime morreram cerca de 30.000 pessoas. Muitas vezes matava ou mandava matar simplesmente porque sim, quase como um hobby. Após a sua morte, a cidade de Meknes começa a decair e em pouco tempo deixou de ser a capital de Marrocos.
Curiosidade: Diz-se que o sultão teve 500 mulheres e mais de 800 filhos.
A nossa visita a Meknes
Chegámos a meio da manhã, demos uma volta para nos localizar um pouco e fomos à procura do riad. Mais uma vez, alojámos-nos dentro da medina, não muito longe da famosa porta. Ao estarmos habituados à confusão que existe em praticamente todo Marrocos, esta cidade foi uma surpresa. Já que é muito mais tranquila.
Riad Dar Al Meknassia
Depois do check-in feito, fomos almoçar a um bar muito simpático mesmo em frente da porta Bab Mansour. Pedimos umas sandes e uns sumos de fruta natural, e posso-vos dizer que foram os melhores sumos de fruta que provámos em toda a viagem.
Já de barriguinha cheia, começámos a nossa visita, e a primeira paragem foi a porta Bab Mansour. A sua arquitectura é realmente impressionante e acho que é uma das portas mais bonitas de Marrocos.
Porta Bab Mansour
Continuámos o nosso passeio pela praça El-Hedim, uma pequena praça onde podes encontrar uma grande variedade de produtos frescos. E, como não pode faltar, também podes encontrar músicos, macacos, burros e até uma avestruz para que os turistas tirem fotos. Fiquei surpreendida quando vi a avestruz, pois não estava em nenhuma das outras praças que visitámos. E na minha opinião, não é um animal muito comum para fazer uma foto.
Lí em muitos sítios que a praça está cheia de vida e que tem muitas bancas, mas na verdade não foi o que nós vimos. Achei-a muito pobre, tanto a nível de tráfego de locais como de feirantes. Mas talvez tenha sido assim, por estarmos em época de celebrações.
Praça El-Hedim
Em seguida perdemo-nos pela medina, grande mas tranquila. Pudemos passear sem sentir esse stress, de quase não poder passar pelas ruas estreitas. O que nos agradou bastante.
Dentro da medina, no meio do souk, está a Madraça Bou Inania. Uma antiga escola corânica com capacidade para alojar 60 estudantes. Para poder visitá-la por dentro tens que pagar 10 MAD – 1€.
Madraça Bou Inania
De todas as cidades visitadas, esta foi a única Madraça que visitámos por dentro. A nível de arquitectura é espectacular, as suas cores, mosaicos, os seus trabalhos em madeira e mármore, não há palavras! Ficámos impressionados com a sua arquitectura, e sabemos que é uma das mais “simples”. Pois as madraças de Marraquexe e Fez são mais grandiosas, mas infelizmente, não tivemos oportunidade de visitá-las. Apesar de esta Madraça não ser a mais grandiosa, ficámos boquiabertos e achámos que foi uma boa decisão visitá-la.
Madraça Bou Inania
Uma vez acabada a visita, decidimos dar uma volta por fora da grande muralha, e encontrámos um pequeno jardim muito bem cuidado e uma porta maravilhosa.
Como era tarde e já não tínhamos muito tempo livre, sentámo-nos no jardim, para aproveitar os últimos momentos na cidade. Pois na manhã seguinte tínhamos a nossa viagem em direcção a Fez.