A um post de acabar a nossa aventura por Marrocos, aqui os deixo as peripécias que nos foram passando ao longo da viagem. Apesar de tudo, foi uma viagem inolvidável que ficará para sempre no nosso coração!
Recém chegados…
Fail com o taxista do aeroporto
De caminho à paragem do autocarro, tivemos o nosso primeiro desencontro com um taxista. Vem e pergunta-nos se precisamos de um táxi, perguntámos por quanto nos levava a Marraquexe, já que em Marrocos tem sempre que se negociar o preço antes de entrar no táxi. Até aqui tudo bem! ?
O taxista disse que nos levava aos 2 por 100 MAD – 10€, nós dissemos que não, e propusemos que nos levasse aos 2 por 50 MAD – 5€. E esse foi o nosso erro!! De repente começou a gritar-nos como um louco. Dizia que não nos levava por esse preço e que se queríamos ir que fossemos de autocarro.
Atenção, porque temos uma boa desculpa ahahah. Não sabíamos o preço do autocarro e por isso na altura de regatear demo-nos mal. Achámos que o taxista se ofendeu e na verdade tinha razão, já que lhe pedimos que nos levasse por menos dinheiro que o autocarro. O nosso primeiro regateio foi um autêntico desastre, ahahah! Erro de principiantes!! ?
Uma vez em Marraquexe…
Guia de viagem que nos deixou assombrados
Andávamos a desfrutar, das boas primeiras impressões da cidade de Marraquexe, e à procura do riad, quando de repente, pára um táxi ao nosso lado. Vinha na nossa direção a toda a velocidade, e ainda com o táxi em andamento sai um guia de viagem disparado para falar connosco. Começa a perguntar-nos onde queríamos ir, se estamos perdidos, se queríamos que nos levasse de táxi, se queríamos comprar alguma excursão, etc… e, de repente, uma agonia!!
Sentimo-nos bastante incomodados e vimos esta cena quase como um abuso à nossa privacidade, já que o guia queria obrigar-nos a mostrar-lhe o que estávamos à procura no telemóvel. Não sabíamos como sair desta situação, mas dizendo que não repetitivamente, e fingindo que íamos a uma loja, conseguimos livrar-nos dele.
Na verdade fomos-nos esconder e esperámos até que se fossem embora. ?
Este foi o primeiro contacto que tivemos com a sua forma de vender. A partir de daí e, com um pouco de receio, continuámos o nosso caminho à procura do riad. Passado um dia já estávamos mais que habituado às suas formas e costumes. Pois aprendemos que a melhor maneira de passear pelo mercado e evitar os vendedores “chatos”, era estar com a cabeça para baixo e estar sempre com a palavra não na boca. Para nós foi uma boa tática até que conseguimos passear pelo mercado mais relaxados.
Uma vez em Casablanca…
Perseguidos por um taxista mentiroso
Depois da nossa visita à Mesquita Hassan II, Casablanca, tínhamos planeado seguir viagem direcção a Rabat, a capital de Marrocos. Decidimos deslocar-nos a Rabat de comboio, já que é uma maneira barata e cómoda de viajar. Ao sair da Mesquita, e como em qualquer saída de um ponto turístico, havia muitos taxistas. Esperam os turistas como se fossem estrelas de Hollywood. E nem te atrevas tentar escapar!! Ahahah
Assim que saímos do recinto da Mesquita, vem um taxista na nossa direcção, a perguntar onde queríamos ir. Dissemos-lhe que iamos para Rabat, mas que não queríamos ir de táxi, que queríamos ir de comboio. E sem mais nem menos, começa a tentar convencer-nos a ir de táxi, duma maneira que já não estávamos a gostar. E para melhorar a situação, disse-nos que ao ser feriado não havia comboios. O que estranhámos, pois tínhamos visto horas antes na internet, e a informação que tínhamos era que os comboios estavam operacionais.
Ao não confiar no taxista, fomos perguntar a uns locais que estavam por ali, se os comboios estavam operacionais ou se estavam fechados. Mas não conseguimos obter resposta, pois o taxista vê que estamos a falar com esses senhores e pensa que eles nos vão levar a Rabat no seu táxi e começa a gritar. De repente uma enorme discussão em árabe, nós sem entendermos nada e o no fim acaba o taxista a gritar-nos. Na verdade estávamos assustados e não sabíamos o que fazer, decidimos voltar para dentro, e fomos para a recepção da Mesquita.
Perguntámos à guia turística, que antes nos tinha acompanhado na visita, se os comboios estavam operacionais e disse que sim. Que estavam abertos e que havia uma estação a 40 minutos a pé de onde estávamos. Ou seja, o taxista mentiu para que fôssemos com ele no táxi. Ao que chegam para conseguir clientes!! Já não bastava a forma que insistia senão também tinha que mentir para levar a sua avante.
Depois de confirmarmos que as estações de comboios estavam abertas, saímos da recepção para começar a nossa caminhada de 40 minutos. Mais uma vez, o taxista vê-nos sair e volta a insistir. Dissemos que não mil vezes, e começa a gritar e a ameaçar como um louco. emoji
Nós sem olhar para trás, continuávamos a andar, cada vez mais depressa, pois tínhamos um caminho largo para percorrer. A estrada por onde tínhamos que ir era super má, umas partes nem tinham passeio, era uma estrada onde não havia ninguém. Um lugar onde, se se passar alguma coisa, não tens a quem pedir ajuda. E porque digo isto?
Porque a meio do caminho, damos conta que um homem nos está a perseguir. Era um dos amigos do taxista que nos “ameaçou”. Quando o vimos, tivemos dúvidas, porque na verdade simplesmente podia ir na mesma direcção que nós. Mas já passado algum tempo continuava atrás de nós, andava mais rápido e dizia coisas. Nós, como é óbvio, assustados e a andar o mais rápido que podíamos, para tentar chegar a algum lugar onde houvesse alguém.
Passámos um mau momento, porque queríamos correr e não podíamos com o peso das mochilas. A estrada era infinita e continuávamos sem encontrar nada nem ninguém, até que a dada altura, encontrámos uns políciais marítimos que estavam de guarda. Parámos e perguntámos se faltava muito para chegar à estação do comboio. E para nosso consolo já estávamos a 5 minutos da estação. Continuámos a andar o mais depressa que podíamos e sem parar de olhar para trás, para ver se ainda nos seguia. Depois de encontrarmos aos políciais, já não vimos mais o homem. Finalmente chegámos à estação e pudemos respirar de alívio. Ali nos sentimo-nos seguros.
Esta foi a única vez em toda a viagem de 16 dias que sentimos medo de verdade. Passámos bastante mal e espero que não tenhamos de voltar a passar por algo assim nas nossas vidas. Seja nas viagens ou no dia a dia.
No nosso último ponto turístico…
Estafados nas curtumes
Curtume: Indústria que se dedica ao tratamento de peles finas e de couros.
Na cidade de Fez podes encontrar umas curtumes impressionantes e como todo bom turista vais querer visitar alguma. Nós não somos diferentes, e lá fomos nós… em busca de uma.
Procurámos no mapa qual era a curtume que estava mais perto da nossa localização e fizemo-nos à estrada. Importante! Se te perdes e não sabes onde está, não te preocupes, tens uns rapazitos muito simpáticos que te levam diretamente às curtumes. Não confies!! Na verdade são uns caça turistas, sim, que te levam onde tu queres ir, para depois pedir-te dinheiro. Também há que explicar, que te acompanham às varandas desde onde se podem ver as curtumes, e literalmente te entregam a um dos seus companheiros, para que te façam a visita guiada pela sua loja. Siiiiim têm loja!
Ou seja, tu vais às curtumes, fazes umas fotos e depois tens que fazer uma visita guiada pela loja, mesmo que não queiras. Pois a única maneira de sair é passar pela loja, donde também não podes sair sem comprar NADA!!
O senhor que nos acompanhou mostrou-nos todas as secções da loja, desde carteiras, chinelos, pufes, etc… e claro que o que esperava era que comprássemos alguma coisa. Mostrou-nos mil produtos, e como viu que eu gostava dos pufes, não fazia mais nada que tirar pufes da parede para que eu os visse. Repeti inúmeras vezes que não queria comprar nenhum, mas o senhor fazia que não me entendia e continuava a tirar mais e mais e a tentar fazer negócio.
Por fim pergunto ao meu namorado se ele quer comprar alguma coisa, e diz que precisa de uma carteira. Para tentar livrar-me dos pufes, digo ao senhor mais uma vez que não quero nenhum, mas que sim necessitamos de uma carteira. Na verdade, o que realmente queríamos era sair dali. O homem todo sorridente leva-nos a ver as carteiras. Mas não se preocupem… não se esqueceu do pufe!!
Vimos as carteiras e na verdade é que não havia nenhuma que nós gostavamos. Mas como sabíamos que tínhamos que comprar alguma coisa, perguntámos o preço. O esperto dizia-nos o preço do pufe e da carteira, 190€. Preço de amigo dizia!!
Depois de dizer que não mil vezes já estávamos desesperados, pois o homem não parava de insistir. A sua oferta final era 160€ pelos dois productos. O que não entendia era que não queríamos comprar NADA. Mais uma vez, estávamos numa situação complicada e não sabíamos como sair dela. Começámos a dizer que não e que não até que se chateou e começou a falar de forma agressiva. Apesar de estarmos incomodados e assustados não cedemos à sua chantagem.
Dissemos que o único que comprariamos sería a carteira e ponto final. O homem pede-nos 60€ pela carteira. emoji
Como é óbvio dissemos que não, que era um exagero o que estava a pedir pela carteira. E depois de muita discussão o mais barato que conseguimos foram 30€. Ou seja, tivemos que gastar 30€ numa carteira para poder sair daquele sítio.
Vamos à caixa para pagar, e o homem vira-se para o seu colega que está na caixa e diz, cobra 30€ a estes estudantes pobres, que não têm dinheiro para pagar a carteira. WTF!
Ficámos parvos com o que ouvimos, ainda por cima dizia isso com desprezo. Tínhamos uma raiva que nem sei explicar, uma sensação de impotência. Enfim. Depois deste episódio, fomos a um bar beber uns sumos de fruta natural, para acalmar os ânimos. Procurámos por internet essa curtume e os comentários eram todos negativos.
As pessoas aconselhavam que não se fosse a essa curtume, pois eram uns estafadores. E explicavam o que se tinha passado com eles. E o que se acabava de passar connosco.
Conclusão da viagem a Marrocos
Apesar destes quatro mal entendidos que tivemos na nossa viagem a Marrocos, foi uma viagem enriquecedora e que valeu a pena. Não estamos arrependidos! Pelo contrário, foi uma viagem que nos encantou e gostaríamos de voltar algum dia.
Marrocos é um país maravilhoso e rico em cultura, tem infinitas coisas para ver e descobrir. Atreve-te a visitar Marrocos e verás que não te vais arrepender. ?
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