Marraquexe é uma cidade cheia de surpresas e encantos e, por isso, é a cidade de Marrocos que mais turistas recebe. O contraste entre o dia e a noite, as suas cores alegres, os seus cheiros intensos e a sua fantasia deixam-te completamente apaixonados!!
De todas as cidades que visitamos de em Marrocos foi a que mais nos gostou.
O que visitar em Marraquexe?
Dia 1
O nosso voo saiu de Barcelona às 06h05min e chegámos a Marraquexe às 7:30 horas, tendo em conta que em Marrocos são 2 horas menos relativamente a Espanha. Foi uma viagem tranquila e sem atrasos. Tudo OK!
Assim que chegámos a Marraquexe, tivemos que passar todos os controles do aeroporto e quando terminámos fomos trocar dinheiro. Trocámos simplesmente 50€ (para comprar o bilhete de autocarro, para o centro da cidade), porque nos aeroportos os câmbios de moeda são menos favoráveis do que nas casas de câmbio das cidades.
Aeroporto Marraquexe Menara
Como chegar ao centro de Marraquexe?
Assim que saímos fomos à procura do autocarro que ia ao centro da cidade (praça Jemaa el Fna). A paragem do autocarro está por detrás da zona de táxis, mais especificamente ao lado de uma banca onde em teoria alugavam motos.
Era o autocarro número 19 e custava 30 MAD – 3€ por pessoa. Demorava 30/40 minutos a chegar ao centro, mas como era tão cedo e não havia trânsito chegámos em 25/30 minutos.
O caminho percorrido pelo autocarro foi a nossa primeira impressão do país e podemos ver a diferença entre os arredores da cidade e o centro.
Assim que chegámos ao centro, o autocarro deixou-nos na paragem da praça Jemaa el Fna e foi uma surpresa. Quando chegámos à praça era muito cedo e pairava uma paz inexplicável. Notava-se que a cidade ainda estava a acordar e nós pelo contrário estávamos super excitados por descobrir cada canto da cidade.
Praça Jemaa el Fna
Uma vez no centro…
O nosso plano era encontrar o Riad, deixar as mochilas e começar a desvendar pouco a pouco a cidade. Tinhamos uma aplicação no telemóvel que se chama Maps.me (super útil), mas nesse preciso momento não se conectava ao GPS e estávamos um pouco perdidos. Sabíamos onde estávamos, mas não por onde tínhamos que ir.
Simplesmente com o mapa da cidade, decidimos seguir o nosso instinto e lá fomos nós caminho ao desconhecido. Para dizer a verdade não correu tão mal, chegámos bastante perto, mas como o Riad estava dentro da medina, podem imaginar o que nos aconteceu.
A medina é um labirinto e se não temos um ponto de referência é muito fácil perdemo-nos. Sabíamos que o Riad estava a 2 ruas de onde estávamos e tentando chegar, começamos a andar às voltas dentro da medina. Uma experiência nada agradável. Depois de pedir ajuda a tanta gente, encontrámos um casal de turistas espanhol.
Mas claro, já era bastante bom que fossem espanhóis, e agora qual é a probabilidade de essas pessoas saberem onde está o Riad? Mínima… Mas a sorte estava do nosso lado e esse casal estava alojado no mesmo Riad que nós. Que alívio!!
Acompanharam-nos ao Riad que se chamava Riad Les 2 Portes e como já suspeitávamos, estávamos ao lado. Ficámos maravilhados. O Riad era super bonito, acolhedor e o pessoal tão mas tão atencioso… impressionante!! Ao chegar ofereceram-nos um chá de boas vindas, com chá de menta, bolinhos e bolachas típicas marroquinas.
Chá de boas vindas – Riad les 2 Portes
Mesquita Koutoubia
Deixámos as mochilas e começámos a visitar a cidade. A nossa primeira paragem foi a Mesquita Koutoubia, uma mesquita que está ao lado da praça e que tem um jardim muito bonito. É considerada a mesquita mais importante de Marraquexe e é o edifício mais alto da cidade com uma torre de 66 metros de altura. O seu nome significa “Mesquita dos livreiros”, pois na altura que estava a ser construída, estava rodeada de postos de livros.
Mesquita Koutoubia
Túmulos Saadianos
Como era cedo e tínhamos tempo, metemo-nos à estrada e fomos visitar os Túmulos Saadianos que foram construídos durante o reinado de Ahmed al-Mansur (r. 1578 – 1603). Os túmulos foram descobertos recentemente em 1917 e foram restaurados pelo serviço de Belas Artes.
Devido à sua arquitectura, é uma das principais atrações turísticas de Marraquexe. No exterior, tem um bonito jardim, onde estão sepultados soldados e criados da família real.
Túmulos Saadianos
Como chegar: Está a 20 minutos a pé desde a praça Jemaa el Fna. Mas se preferires também podes ir de táxi.
Horário: De Segunda a Domingo das 09h00 – 17h00
Preço: 10 MAD – 1€
Palácio El Badi
Continuámos a nossa visita pelo Palácio El Badi. Foi construído a finais do século XVI pelo sultan Ahmed al-Mansour para comemorar a derrota dos portugueses (sim, nós…), na batalha dos “Três Reis”.
O palácio é enorme e na sua época foi uma grandeza. Porém, hoje em dia o palácio está totalmente em ruínas e ainda que seja bonito de se ver, temos que ter um pouco de imaginação para poder visualizar como seria na sua época.
Diz-se que o palácio El Badi teve mais de 300 quartos decorados com os melhores materiais da época, tais como ouro e cristal.
Palácio El Badi
Como chegar: Podes ir a pé desde a praça Jemaa el Fna. Está aproximadamente a uns 900 metros.
Horário: De Segunda a Domingo das 09h00 – 17h00
Preço: 20 MAD – 2€
Praça Jemaa el Fna
De volta à medina, fomos explorar a magnífica praça Jemaa el Fna, que te apaixona independentemente da sua hora e é completamente distinta de dia e de noite.
De manhã, sentes uma paz inexplicável e podes beber sumo de laranja natural espremido no momento. Sei que é uma coisa super simples e podes vivê-la em muitos lugares, mas depois de conheceres um pouco melhor Marraquexe, acredita que essas manhãs tranquilas parecem o paraíso. A partir do meio dia, já se começa a sentir um pouco mais de vida na praça, o souk já está aberto e já se nota em abundância os vendedores ambulantes.
É uma praça onde podes encontrar coisas inimagináveis, desde encantadores de serpente, homens com macacos para que os turistas tirem fotos e um vendedor ambulante de dentaduras.
Durante a noite a praça transforma-se e de repente dás por ti rodeado de bancas de comida.
Bancas de sumo de laranja – Praça Jemaa el Fna
Dia 2
Jardim Majorelle
Levantámo-nos cedo e depois de um pequeno almoço reforçado, começámos o nosso segundo dia de aventura. Começámos o dia com a visita ao Jardim Majorelle, um dos lugares mais visitados pelos turistas.
Jardim Majorelle
O Jardim Majorelle é um jardim botânico inspirado nos jardins islâmicos, encontra-se no centro de Marraquexe e dentro podes encontrar um museu da cultura berbere.
Tem cerca de 3000 espécies de todo o mundo, desde cactos, plantas aquáticas e bambus. Foi fundado pelo pintor francês Jacques Majorelle em 1931. Anos mais tarde, o jardim foi comprado por Yves Saint Laurent (desenhador de moda).
Casa Jardim Majorelle
Sem dúvida alguma, na nossa opinião, estes jardins são os mais bonitos de Marraquexe. Um sítio relaxado, com cores e plantas espetaculares. Perfeito para descansares e refugiares-te do calor.
Como chegar: A verdade é que está longe e é recomendado ir de táxi. Mas nós decidimos ir a pé e demorámos 40 minutos. Chegámos mortos ahahah!!
Horário:
De 1 de Outubro a 30 de Abril das 08h00 – 17h30
De 1 de Maio a 30 de Setembro das 08h00 – 18h00
Horário Ramadão: das 09h00 – 17h00
Preços:
Jardim: 70 MAD – 6,50€
Museu: 30 MAD – 2,80€
Palácio Bahía
De volta ao centro da cidade e depois de almoçar, fomos direção ao palácio Bahía.
O palácio Bahía é uma das obras arquitectónicas mais impressionantes de Marraquexe. Foi construído no final do século XIX e o seu nome significa brilho. Está localizado na parte antiga da cidade a 5 minutos do bairro Judeu. Anos mais tarde ampliaram o palácio e actualmente conta com uma mesquita, um balneário e uma horta.
Infelizmente não podemos visitar o palácio porque ao ser ramadão o palácio fechava mais cedo e quando chegámos já estava fechado.
Horário: De Segunda a Quinta e fins de semana das 09h00 – 16h30
Sexta feira das 08h00 – 17h00
Precio: 10dh (1€)
Bairro Judeu
O bairro Judeu é uma das zonas da medina menos visitada pelos turistas. Foi construído no século XVI com a expulsão de muitos hebreos ordenados pelos reis de Portugal e Espanha o que ocasionou a formação de uma das maiores comunidades judaicas da Europa.
Estávamos à procura do palácio Bahía quando se aproxima um local para ajudar-nos. Diz-nos que o palácio está fechado por ser ramadão e oferece-se para mostrarnos o bairro Judeu.
Leemos em muitos blogs que nunca se deve dar muita atenção a este tipo de gente, porque o que querem é levar-te à sua loja para que compres. Estivemos sempre com os cinco sentidos ativados para que isso não nos acontecesse, mas, desta vez, não conseguimos escapar.
E, na verdade, era mentira, o palácio sim que estava aberto, só que fechava mais cedo por ser ramadão. E como já esperávamos o que ele queria era levar-nos à loja onde trabalhava. Conclusão da história, acabámos numa loja onde tentaram vender-nos de tudo e a única forma que tivemos de sair foi comprando!!
Dia 3
Souk
Último dia em Marraquexe e muitas coisas ainda por ver.
Começámos o dia em grande visitando o souk, um mercado fora do normal. Na verdade, não te posso dizer que parte do souk mais gostei, já que fiquei apaixonada por milhares de coisas.
Podes encontrar de tudo desde comida, chás, animais vivos, roupa, as típicas babuchas, candeeiros de metal, alcatifas, etc… Uma coisa que nos pareceu super interessante é que no souk as lojas estão agrupadas por famílias, ou seja os artesãos de metal encontram-se todos na mesma zona, os das peles noutra, etc. O que na realidade facilita bastante na hora de comprar.
A visita ao souk consegue ser a melhor e a pior coisa ao mesmo tempo. É um labirinto cheio de lojas. Na nossa opinião, é um dos lugares mais importante de Marraquexe para visitar. No souk podes conhecer verdadeiramente a sua cultura, os seus costumes, gastronomia, roupa e decoração típica.
Nós acreditamos que a melhor forma de conhecer o souk é irem sozinhos, sem guias, é muito mais divertido, perderes-te pelo souk, dando voltas sem te cansares, descobrindo cada canto.
Isso sim, para entrar no souk tens que saber regatear. Atenção!! Nunca compres nada sem regatear primeiro, nunca te esqueças que eles vão-te sempre pedir mais dinheiro do que realmente vale.
Souk
Medersa Ben Youssef
Depois do almoço fomos à Medersa Ben Youseef. Quando chegámos tivemos uma desagradável surpresa, pois a Medersa encontrava-se fechada para manutenção.
Dizem que é uma das melhores coisas para ver em Marraquexe, mas infelizmente não o podemos comprovar. A Medersa é a maior escola muçulmana de Marrocos e foi construída no século XIV.
Horário: De Segunda a Domingo das 09h00 – 17h00. Fechado para manutenção até 2020.
Preço: 60 MAD – 6€
Depois do desgosto de não podermos ver a Medersa voltámos ao souk e aproveitámos a nossa última tarde em Marraquexe para fazer algumas compras.
Faltaram-nos coisas por ver na nossa visita a Marraquexe, mas esperamos voltar em breve!! 🙂